domingo, 20 de janeiro de 2013

Mãe

" Afasto-me de tudo aquilo que eu quero
  Abdico de quase tudo um pouco
  Nego até o resto de pó que chamam de gente
  Felicito-me por ver apenas o que é teu
  Realizo-me em tuas conquistas
  como se realmente não houvesse mais eu
  Destrata-me por muitas vezes sem razão
  Destruo-me por dentro por não mostrares retorno
  Mas calo-me e abdico do meu direito de fala
  Porque na verdade todos os direitos são teus
  Porque nada aqui é meu
  Porque não há nada no mundo
  que faça-me tão bem quanto isso
  Realizar-me em ti como tinha feito outrora
  A minha fome não fala mais alto que a tua
  A minha sede é desnecessária perante o teu desespero
  O meu pão nunca foi meu
  Dar-te-ei como forma de prova do que faço
  a maior parte daquele que pulsa
  Negarás como forma de que não mereces
  E eu me nego novamente pela tua negação
  Vai, mas volta, filho."