sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Teahupoo

  Tô cansado, mas só por hoje, amanhã eu tô bom...mas hoje o cansaço me pegou. Comprei uma cerveja e minha felicidade se limita a 355 ml, gelada ela desce, feliz estou, agora não mais, acabou.
  A praia me espera, a areia me anseia, o fim de tarde junto com aquela maresia e o meio sol parece me chamar no horizonte, e por mais que eu reme, meu barco parece furado.
  Músicas calmas vem aos meus ouvidos e parece que tudo desaparece e a vida é um gramado com cercas brancas e balanço, com fruto no pé só esperando ser pego.
  Será que ser anti-social é mesmo feio diante de onde e com quem sobrevivemos? Eu respondo com um não. Sozinho eu posso parar pra refletir, repensar, se é melhor desistir ou será que vai compensar.
  O mar me chama novamente e ninguém respeita o meu querer ficar só. O sol se põe e eu não consigo ver de novo por causa da parede na minha frente. O cheiro do mato quer chegar até mim mas a gasolina queimando é mais forte.
  Minha prancha não é o objeto, minha prancha é o próprio mar, onde me sinto tão pequeno quanto um grão de areia em que sento.
  Comprei outra cerveja pra ver se lembrava do mar, na verdade foi pra esquecer de que não consigo mais vê-lo. 355 ml de um novo sonho tomado gelado e nada...
Tomara que o mar não seque tão cedo e que esse pobre coitado o possa ver pela última vez antes de partir.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Think

   Se estamos vivos não sei, sei que estamos indo a algum lugar perdido por ai. Pessimismo assola nossas frases e o modo de vida se torna cada vez mais bucólico? Sim, é verdade. Enterramos nossos desejos frustrados por trás de uma parede de culpa e desculpas, embaixo de uma espessa camada de tempo. Todo mundo é poeta ou filósofo por hoje até que se prove o contrário, mesmo que essas "filosofias" sejam encontradas nos para-choques mais sujos e sórdidos dos caminhões que já não funcionam. Os dias passam sem demora, o sofrimento e apreensão crescem dentro de cada coração, esse que individualiza e terceiriza sua própria batida. 
  Escreve-se mesmo que a inspiração esteja longe, simplesmente por ser belo, por ter algo a dizer quando o que se clama é silêncio. A necessidade de falar algo quando não se tem nada a dizer é 
óbvia, e já se sabe, é das palavras em demasia que nasce a contradição.
  Normal, ser contraditório hoje é moda.

domingo, 26 de agosto de 2012

My shits fucked up

Enquanto todo mundo vai se achando aqui e ali, eu me perco cada vez mais. Quando todo mundo acha a porra de jesus, lá estou eu tentando entender a merda da sua existência. Quando todos ACHAM que sabem de onde vieram, eu acabo caindo nesse lastimável hábito, ridículo hábito, inexplicável e sujo erro de achar que eu realmente sou alguma coisa. Existem certas criaturas que conseguem achar a tão procurada felicidade, ou perfeição da vida, quando na verdade, somos simples animais amaldiçoados por simplesmente pensarmos. A merda toda tá crescendo, e quando ela chegar vai ser doloroso, fudidamente ruim de se aguentar, mas que vai chegar vai. E quando chegar, os verdadeiros homens vão aparecer, conseguiremos ver quem realmente consegue suportar seus próprios demônios, seus próprios erros e todas as coisas que estão escritas em alguma caderneta perdida em algum lugar, mas que possui a sua conta. Se a felicidade existe, se ela é uma trilha estreita, se é só um momento ou se é uma contradição eu não sei, porém uma certeza podemos ter, quando a tristeza vier assombrar cada uma de nossas vidas, não seja porra nenhuma, apenas aguente, só aguente, não me venha com essa de que os vencedores são feitos pelas muitas quedas no caminho, isso é uma idéia fudida da qual já compartilhei, isso não é verdade porque não existem vencedores. Existem somente aqueles que não perdem, e não há nada bonito em perder, nada. É simples, aguente o sofrimento enquanto puder, e tente achar a porra da felicidade enquanto puder se iludir de que isto realmente existe, ou encontre-a verdadeiramente e mostre a nós o caminho, pode ser que não seja tão difícil assim. Somos todos uns merdinhas em busca de algum reconhecimento mesmo.

domingo, 6 de maio de 2012

NOTA

  Eu preciso andar num caminho só. Já me encontro só em um caminho desconhecido, numa trilha estranha, defeituosa e distorcida. Há tempos apartei-me das letras que serviam de exílio para o monstro horrendo que dentro de mim habita.
  Há tempos esse monstro dorme profundamente, mas há algo que me diz que o seu sono está prestes a ser perturbado. Queria que a minha vida não girasse apenas ao meu redor, eu quero translatar, ajudar gente que precisa de ajuda, e se me envolver em projetos sociais for o único caminho, este será trilhado. Queria dar comida a quem falta e tirar de quem tem muito, e eu tenho muito, não preciso disso tudo.
  Cada vez mais minhas filosofias, pensamentos e achismos vêm se confrontando com minhas ações e meu comodismo.
Vejo diante de mim coisas completamente fora das leis naturais mas ainda assim sinto-me impotente e qualquer  ajuda que eu venha a oferecer vem a ser ínfima diante de tudo que se passa.
  Todo dia me pergunto os motivos das coisas que faço. Por que faço faculdade? Por que treino? Por que estudo? Para que tudo isso, se a vida é tão mais simples do que se costuma ver. Lotamo-nos a cada dia de padrões e conceitos que não nos pertencem e vivemos em torno das verdades de outrem adquiridas e tomadas como nossas.
  Nos cobramos por muitas vezes não conseguirmos alcançar metas sem ao menos nos perguntarmos quem disse que era preciso. Para que ser reconhecido? Para que ser rico? Para que ter o carro do ano? Somos, eu disse SOMOS tão tolos em nossos mundinhos construídos pelas aparências  enquanto tem gente que só quer comer.
  To cansado disso tudo e de ter que participar desse mundo doente, to cansado de ter que ser doente, foda-se, to cansado de tudo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Uzumymw

“...Você dormiu sem me dizer as coisas boas do seu dia e eu sai sem te contar que o que importa nessa vida é deixar rolar...”(Detonautas)
   A notícia que eu mais esperei o ano inteiro,notícia pela qual me privei de uma série de coisas,pela qual amadureci,pela qual chorei algumas vezes e conflitei-me comigo mesmo, veio...simplesmente veio,chegou.
   Minha recepção nem um pouco calorosa assustou algumas pessoas ao meu redor, mas foi a minha forma de reagir, de agir diante daquela assombrosa notícia de que agora eu seria parte do sistema.
   Talvez a ficha não tenha caído,talvez já caiu ou o que eu realmente acho que é: eu não vibro com minhas conquistas,sejam elas as maiores possíveis...qualquer pessoa em meu lugar estaria radiante a ponto de transbordar felicidade derramando sorrisos por ai, porém, continuo o mesmo e ainda um pouco enjoado com toda essa festa,essa alegria,esse orgulho. Até agora levo comigo uma cabeça raspada, a saudade do colégio, o querer viver tudo novamente,uma mísera ponta de felicidade e um pouco de mal humor.
   Talvez isso se deva ao simples fato de que não estou acostumado a tanta felicidade me rodeando, de que sempre que uma coisa dá certo outra dará errado,pelo fato de achar que a minha vida é uma balança que se equilibra sempre e que quando transborda, é para o lado contrário ao feliz...o que eu sei é que me encontro diariamente na música da banda Mamelungos de Recife: “... É que quando eu olho pros lados tá todo mundo apressado e eu aqui parado sem saber pra qual lado que eu vou... e se a regra for mesmo correr feito um louco, quando eu ouvir o pipoco eu vou sentar no chão no meio da multidão...eu sou um fora da lei,eu caio fora do tom,eu caio fora do tom seu quiser...”