domingo, 30 de junho de 2013

Barca

   E eu que me julguei forte, eu que me senti, eu que me fiz, que tentei, que fraquejei...agora tudo é cansado, não necessário, silencioso, simples e pacato.
   Tudo flui tão sem esforço que a luz é ambiente, nada mais me ofusca como os tempos de outrora. A vida é realmente muito dinâmica e mutante. Se envelhece sem perceber, quando se é vivente, personagem num fluxo constante e rápido de ações por muito não concluídas.
   Provo-me a cada instante que é impossível sobreviver do que se ama...amor é pouco quando se quer tudo. Nada do que tenho que fazer me agrada mais do que o papel, nada mais me supre, sendo esse o meu ideal decaído.
   Talvez por ser tão efêmera a vida me prove mais uma vez que tudo isso é tolice, mas que ela não me vença simplesmente pelo cansaço do não alcance. Tudo isso só porque agora consigo analisar detalhes, um dos únicos e difíceis/raros momentos de lucidez temporária que a vida senoidicamente me dá.
   É tudo muito sereno, a vida tá gostosa de ser vivida, com um marco, agora eu tenho um porto e pode ser que a maré não vire, e nem me assusto mais com isso,finalmente achei meu lugar, nem penso em baque por fim e por bem.